17 março 2008

Despertar mentes...

Um dos males da sociedade portuguesa é a asfixia de ideias inovadoras. Prefere-se o fácil, o básico, ao experimental e surpreendente. Por isso temos a nossa classe política a defender posições em relação à despenalização e descriminalização do uso de drogas leves (neste caso, tratarei apenas da cannabis) completamente ultrapassadas, que inibem o cidadão de exercer um dos seus mais importantes direitos: a liberdade de escolher o que fazer do seu próprio corpo, desde que não prejudique terceiros.

Basta uma pequena alteração da lei, a simples descriminalização do cultivo da planta para consumo próprio, e o uso da mesma com fins medicinais. Basta olharmos para o país vizinho, onde essa alteração já produziu efeitos positivos, não só nos doentes tratados com a cannabis, mas também na diminuição do tráfico.

Perguntam-se como é que o tráfico diminui se a facilidade de adquirir a planta aumenta. Bom, pela mesma razão de que se pudermos plantar salsa na nossa varanda, não a vamos comprar ao supermercado. É tudo uma questão de lógica: se o consumidor habitual puder ter na própria casa o produto que procura, então não necessitaria de recorrer ao traficante; logo, um traficante sem clientes é sinónimo de prejuízo, ou abandona a actividade ou é preso por uma das muitas e agora, recorrentes, rusgas; a polícia livre de intervenções absolutamente inúteis, em que apreende três pés de cannabis, um regador, e fertilizantes, poderá dedicar-se a assuntos realmente mais sérios, que ficam por resolver...

Apelarei apenas ao bom senso de todos, valerá a pena continuar com uma lei que só alimenta as máfias e o comércio paralelo ou, ter uma lei em que cidadãos adultos e responsáveis, possam tomar as suas decisões sem prejudicar terceiros? Como alguém dizia, "só é crime se tiver vítima". Neste caso, apraz-me dizer que vítima, só a planta, que não tendo consciência, não se pode defender das atrocidades que lhe fazem...


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